quinta-feira, 24 de setembro de 2020

Ceará destina R$ 439,2 milhões para obras de saneamento básico

Foto: Camila Lima

A falta de saneamento básico, de acesso à água tratada, de esgotamento sanitário e da coleta de lixo é a raiz de diversos problemas de saúde nas grandes cidades, principalmente em populações mais pobres. Para melhorar e ampliar os serviços no Ceará, o Governo do Estado anunciou, ontem (23), um investimento de R$ 439,2 milhões para obras de ampliação na rede de esgoto e distribuição de água em Fortaleza, na Região Metropolitana e em municípios do interior cearense.


Conforme o governador Camilo Santana, o investimento, financiado pelo Banco do Nordeste (BNB), se soma a outros em andamento. "O objetivo é melhorar todo o sistema de esgotamento sanitário, evitando extravasamento. Estações elevatórias vão ter estruturas recuperadas do desgaste; haverá duplicação de adutora em Fortaleza, para melhorar a distribuição de água tratada; além de compra de equipamentos que melhorem a manutenção da rede, e um novo sistema de esgotamento sanitário no Conjunto Palmeiras, com mais de R$ 59 milhões investidos", lista.


Do montante, mais de R$ 300 milhões serão destinados à Capital. "Em Fortaleza, faremos ações em localidades como Pirambu, Conjunto Ceará, Praia de Iracema, Meireles, Aldeota e outros diversos bairros. Investir em saneamento é investir em saúde e na qualidade de vida da população", pontua Camilo. Municípios como Maracanaú, Eusébio, Juazeiro do Norte, Milagres, Mauriti e Itapipoca também estão entre os que receberão parte dos recursos.


Neuri Freitas, presidente da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), menciona que, após as intervenções, a Estação de Tratamento em Itapipoca, no Norte cearense, por exemplo, "será praticamente nova".


Para Juazeiro do Norte, um dos principais municípios do Cariri, também citada pelo gestor, serão destinados cerca de R$ 90 milhões para melhorias no sistema de distribuição de água.


Na capital cearense, como analisa o presidente da Cagece, os recursos vão contribuir para solucionar demandas históricas de saneamento básico. "Na Avenida Beira Mar e na Leste-Oeste, temos dificuldades com os grandes receptores. O investimento inclui a solução para essa problemática. Temos demandas antigas de esgoto no Conjunto Palmeiras e Planalto Palmeiras, que também serão resolvida, contemplando 100% das regiões, cerca de 46 mil habitantes".



Tubulação


Outro problema conhecido da população deve ser resolvido "de forma definitiva": "faremos a recuperação total da tubulação na Av. Eduardo Girão". Além disso, "em virtude da verticalização da Aldeota e do Meireles, teremos melhorias e substituição de muitas redes nessas áreas".


O prefeito Roberto Cláudio reconheceu que as áreas de menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), historicamente, são as menos assistidas pelas políticas de saneamento básico. "No Jangurussu e no Conjunto Palmeiras temos algumas das maiores populações, mas são bolsões de baixo IDH. O investimento afeta a cidade inteira, mas tem áreas com foco em especial. Dois exemplos são o sistema de (distribuição de) água saindo do Aeroporto, na Base Aérea, até o Joaquim Távora; e os quase R$ 60 milhões destinados ao Palmeiras", garante.


Com as mudanças, Fortaleza deve atingir 73,88% de cobertura de esgotamento sanitário até 2022, segundo calcula Neuri. "Temos um bom quantitativo de investimentos e obras para todo o Ceará, principalmente para Fortaleza. Esse pacote vai recuperar e ampliar a infraestrutura, para que até 2022 cheguemos a esse percentual", frisa. Atualmente, cerca de 37% dos domicílios da Capital não estão ligados à rede de esgoto. A meta, então, é ampliar a cobertura em até 10%, em menos de dois anos.


Em novembro de 2019, contudo, a Cagece informou ao Diário do Nordeste que essa cobertura aumentou menos de 8% em seis anos. Dessa forma, a nova meta, reconhece Neuri, é "ambiciosa". "Tudo é questão de captação de recursos. Com o escopo de obras e investimentos necessários que temos para Fortaleza e para os grandes municípios, conseguiremos chegar a esse índice. Precisamos avaliar o quanto isso vai impactar na tarifa", aponta o presidente da Cagece. Em 2033, conforme o Marco Regulatório do Saneamento Básico, a cobertura deve ser universalizada.



*Fonte: Diário do Nordeste

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