segunda-feira, 8 de março de 2021

Saiba quais municípios caririenses têm circulação da nova variante do coronavírus

Foto: Reuters

Após confirmados os primeiros casos de circulação da nova variante do coronavírus no Cariri, há atenções redobradas em relação a identificação de mais casos suspeitos na região. Na última sexta-feira (6), a Secretaria de Saúde do Crato emitiu pronunciamento sobre um caso confirmado, bem como a investigação de outros casos suspeitos. Conforme nota da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), seguindo dados do IntegraSUS, seis outros municípios caririenses tiveram amostras de casos suspeitos analisados para diagnóstico da nova variante de Covid-19.


Na última quinta (4), a Fiocruz apontou que o Ceará tem o maior índice de prevalência de uma mutação da nova variante brasileira, entre oito estados em que foram realizadas análises pela entidade. A cada dez amostras de infectados cearenses, mais de sete tinham a mutação E484K.


Esta mutação é uma das alterações identificadas na P.1 – a variante brasileira do vírus, identificada inicialmente em Manaus. A mesma mutação está presente nas variantes da África do Sul e do Reino Unido. A suspeita das autoridades sanitárias é de que a mutação E484K ajude o vírus a ser mais transmissível e provoque enfraquecimento da ação de anticorpos humanos. Os estudos sobre essas alterações ainda estão sendo realizados.


Conforme o relatório da Fiocruz, obtido pelo Sistema Verdes Mares, foram analisados amostras de casos suspeitos coletados entre 14 e 25 de fevereiro. Ao todo, 71,1% das amostras do Ceará deram positivo para a nova variante do coronavírus. Destas, 24 foram analisadas, sendo 7 confirmadas para a mutação E484K.


A variante foi analisada nos seguintes municípios:


Brejo Santo (4 confirmados – 3 descartados)

Várzea Alegre (Nenhum confirmado – 6 descartados)

Crato – (1 confirmado – 4 descartados)

Araripe – (Nenhum confirmado – 3 descartados)

Juazeiro do Norte (2 confirmados – nenhum descartado)

Campos Sales (Nenhum conformado – 1 descartado)

Os pesquisadores analisaram mil amostras coletadas durante o mês de fevereiro no Ceará e em outros sete estados (Paraná, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Alagoas e Minas Gerais). As amostras foram coletadas sendo selecionadas por critério de qualidade para análise, como explica Eduardo Ruback, pesquisador em saúde pública da Fiocruz Ceará e coordenador de Biologia Molecular da Unidade de Apoio ao Diagnóstico da Covid-19.


Eduardo esclarece que o estudo usado é o mesmo, mas que “das 192 amostras testadas, só havia os dados completos de 172 até o momento de divulgação, e nessas a porcentagem era de 71,1%”.


“Fizemos os cortes de idade, sexo, raça/cor e localidade, mas são poucas amostras para se ter uma estatística segura detalhada. O dado principal é que temos estas variantes já circulando no Estado e, pelo retrato, em grande quantidade. Tem município que não teve nenhum caso, e outros que todas as amostras eram da nova variante”, revela.


O pesquisador alerta que, diante da maior capacidade de transmissão, a nova variante “vai se sobrepor ao vírus original e ser a responsável por essa segunda onda de casos”.


“A ciência continua preconizado que as principais formas de segurar a contaminação são as medidas de prevenção, com distanciamento social, uso de máscaras e higiene das mãos enquanto não pudermos ter uma cobertura vacinal mínima. Medidas que permitam não levar além do limite as estruturas de saúde”, pontua o cientista da Fiocruz.



Com informações do Sistema Verdes Mares

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