quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

Relatório confirma falha do conjunto de válvulas que causou rompimento da barragem de Jati

Foto: Divulgação

Um relatório divulgado pelo ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, confirmou a existência de uma falha na montagem do conjunto de válvulas na barragem de Jati, o que ocasionou o incidente do último mês de agosto na localidade. De acordo com a análise elaborada por investigação do Ministério, o mal condicionamento do conjunto de válvulas do ramal causou o colapso na estrutura da barragem que aporta as águas da Transposição do Rio São Francisco no Cariri. Os resultados obtidos pela perícia foram divulgados durante uma transmissão ao vivo no YouTube, na noite desta terça-feira (1º).


O incidente afetou cerca de 2 mil moradores, que tiveram que deixar suas casa imediatamente na noite do dia 21 de agosto. Após regularizada a situação, foi informado pelo ministro o repasse de R$ 100,6 mil para assistência às famílias.


“O documento aponta que houve falha na montagem e condicionamento de válvulas do canal. A empresa contratada para fazer esse trabalho não procedeu de forma adequada que é justamente a operação da válvula esférica e a operação desta válvula não ocorreu de acordo com as normas e os padrões do fabricante daquela peça. Foi uma sequência de falhas, um somatório de erros”, afirmou Marinho.


O ministro esclareceu ainda que o mecanismo de abertura e fechamento da válvula que deveria ser automático foi realizada de forma que o manejo passasse a ser manual, contrariando as recomendações do fabricante da peça.


“A montagem incompleta inviabilizou a operação automática do conjunto de válvulas que garantiria sua segurança e operação devida ao intertravamento automatizado previsto em seu trajeto. A opção da marcação manual da indicação da válvula esférica aberta ou fechada ao invés da correta instalação do conjunto de sensores indicadores de sua posição potencializou a insegurança para a operação pois expôs a necessidade de uma verificação visual da posição aberta ou fechada, transferindo para o operador a necessidade dessa operação, procedimento que é passível de falhas. O que deveria ser automático passou a ser manual, numa clara infração nos próprios procedimentos definidos pelo fabricante do equipamento”, revelou o documento.


O Ministério do Desenvolvimento Regional vai abrir um procedimento administrativo para calcular os danos e prejuízos e vai passar a informações à Advocacia Geral da União (AGU). Haverá um diálogo com a empresa responsável para o ressarcimento dos prejuízos financeiros e operacionais. “Caso essa conciliação não seja possível, não descartamos a possibilidade de acionar judicialmente a empresa”, finalizou o ministro Marinho.



*Da redação do Blog do Mateus Silva com Badalo.

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