terça-feira, 15 de dezembro de 2020

Profissionais da saúde paralisam parcialmente as atividades em Juazeiro do Norte

Foto: Reprodução/SVM

Aproximadamente 200 profissionais da saúde paralisaram parcialmente as atividades no Hospital Maternidade São Lucas e na Unidade de Pronto Atendimento do bairro Limoeiro, em Juazeiro do Norte, ambos sob administração da Associação das Crianças Excepcionais Nova Iguaçu (ACENI). Os médicos só estão recebendo pacientes de urgência e emergência com classificação vermelha ou amarela, em protesto contra o atraso no pagamento de salários nos meses de outubro e novembro.


A advogada que representa o grupo de médicos afetados pelo atraso salarial, Lívia Siebra, ressalta que os atendimentos de urgência e emergência acontecem para não deixar a população desassistida. ''Não é greve. É uma suspensão parcial. Mas se chegou a este ponto, é porque não tem nenhuma previsão. Juazeiro passou 10 dias sem secretário e, em nenhum momento, a Prefeitura ou a Secretaria se manifestou'', conta.


Isso acontece em todas as categorias, incluindo motoristas que fazem o transporte de pacientes. ''Os médicos estão com salário aberto de outubro e novembro e já entrando em dezembro e não tem qualquer previsão, nem cronograma. Ainda são contratos totalmente precários, sem vínculo trabalhista. Ficam jogando um para o outro. A empresa aponta para a Prefeitura e vice-versa'', exemplifica.


Nossa equipe de reportagem procurou o diretor da ACENI, Naysser Landim, que está como diretor geral das duas unidades, mas não tivemos retorno até a publicação desta matéria.


Já a Prefeitura de Juazeiro do Norte, através da Secretaria de Saúde, informou que a secretária Delian Pinheiro, nomeada no último dia 11, está realizando um levantamento de todas as pendências da pasta para resolver o mais rápido possível. ''No caso do pagamento dos servidores contratados, que inclui os motoristas, todas as providências estão sendo tomadas para sua efetivação. Da mesma forma, em relação aos funcionários da ACENI, que prestam serviço à UPA Limoeiro e Hospital e Maternidade São Lucas, os repasses estarão sendo realizados em breve'', garantiu.


Por conta da transição de gestão na Saúde, a Secretaria acrescentou que estão sendo realizadas as mudanças de senhas para a liberação dos pagamentos e repasses. ''Todos os contratos relacionados à Saúde estão sendo avaliados para os encaminhamentos nos próximos dias'', completou.


Histórico de paralisações


Esta não é primeira vez que funcionários destas duas unidades paralisam parcialmente suas atividades. Em janeiro deste ano, por dois dias, também só foram recebidos pacientes com classificação vermelha e amarela, por conta do atraso nos meses de novembro e dezembro. ''Os médicos já vêm sofrendo com estes atrasos há vários anos'', reforça Lívia.


Na época, os dois hospitais estavam em transição de gestão entre a Instituto Médico de Gestão Integrada (IMEGI) e a ACENI. O valor cobrado chegava a quase meio milhão de reais.


Fonte: Diário do Nordeste

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