quinta-feira, 7 de maio de 2020

Metade dos hospitais privados do Ceará está com lotação máxima das UTIs

Foto: Reprodução/Sesa
Metade dos hospitais privados com Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) no Ceará teve a capacidade esgotada, de acordo com dados da Secretária de Saúde do Estado do Ceará (Sesa). Em relação ao restante da rede privada, outras duas unidades do Estado estão com taxa de ocupação superior a 90%. Os dados foram registrados pela Sesa nessa quarta-feira, 6.


Outros três hospitais da rede privada estadual registram capacidade abaixo dos 30%: Sopai Hospital Infantil (29%), Hospital Unimed de Sobral (14,3%) e Hospital São Lucas (10%). Essas unidades, no entanto, representam uma quantidade pequena de UTIs, quando comparada a outros hospitais. Considerando todos os leitos de UTI do Estado, valor correspondente a 372 unidades, 77% está com sua capacidade ocupada.

Em entrevista ao O POVO, o presidente da Associação dos Hospitais do Estado do Ceará (Ahece), Luiz Aramicy Pinto, alertou que a situação na rede privada tem piorado significativamente nos últimos sete dias. Ele explica que, além da dificuldade para criação de novas UTIs, os hospitais ainda enfrentam o problema com contratação de recursos humanos.

“Médicos e enfermeiras que deveriam cuidar de dois pacientes estão cuidando de 10. Eles estão correndo de um aparelho para outro para verificar a situação de cada paciente. Em caso de situações graves, o profissional tem que estar atento para atuar em uma descompensação qualquer”, esclarece.

Para reduzir o número de pacientes nos ambulatórios, os hospitais estão interrompendo momentaneamente os atendimentos. Em determinados períodos do dia, o hospital não recebe novos pacientes para otimizar o atendimento das pessoas que já estão dentro do local. Aramicy afirmou que em alguns hospitais já tiveram fila de até três pacientes que estavam aguardando uma vaga para acessar a UTI.

Ele afirmou que a ocupação dos leitos depende também da dinâmica dos convênios de planos de saúde. Quando um convênio tem hospital próprio, os pacientes ocupam o local até esgotar sua capacidade. Após isso, contatam hospitais de sua rede para disponibilização de vagas em outras unidades. “Em Fortaleza, há uma grande densidade populacional e grande quantidade de casos”, apontou.

O presidente analisou positivamente as medidas ainda mais restritivas adotadas nessa terça-feira, 5, pelos Executivos municipal e estadual, mas pondera que uma melhora do cenário deve acontecer somente ao longo da próxima semana. “Uma pessoa que se infectou no domingo passado, só vai começar a sentir os sintomas hoje ou nos próximos dias”, justifica.

A rede pública também apresenta sinais de exaustão. De acordo com informações publicadas no último boletim epidemiológico divulgado pela Sesa na noite dessa quarta-feira, 6, 97,1% dos leitos de UTI estão ocupados. Quando somadas UTIs e enfermarias, essa taxa cai para 93,5%.

Conforme o balanço da pasta, a taxa de ocupação de leitos para tratamento de pacientes com a Covid-19 na Capital, somando as UTIs e as enfermarias, é de 95,7%. No Interior, a taxa de ocupação das enfermarias é de 94,9% e a de leitos de alta complexidade é de 83,5%. Somando os dois tipos de unidades de internação, a ocupação na rede pública do Interior é de 95,7%.

De acordo com o boletim, entre os dias 2 de abril e 5 de maio, houve um incremento de mais de 400% na ocupação de leitos de enfermaria e UTI destinados para Covid-19 e de pacientes em uso de ventilação mecânica.


*Fonte: O POVO Online

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