sexta-feira, 7 de junho de 2019

Violência contra Mulher é pauta do V Fórum do Serviço Social do HRC

Foto: Divulgação
Olho roxo, hematomas pelo corpo e depoimentos de que aquilo foi apenas um acidente doméstico. Relatos como esse acontece com uma frequência maior do que se gostaria no atendimento da emergência do Hospital Regional do Cariri, do Governo do Estado do Ceará.

No momento do atendimento, a equipe médica ao analisar a paciente identifica que alguns hematomas não condizem com as informações repassadas pela paciente, nesse momento a equipe do Serviço Social entra em ação. Com muito sensibilidade e paciência, as assistentes sociais conquistam a confiança das mulheres, vítimas de agressão, e elas acabam relatando o que realmente aconteceu.

Em 2018 foram realizadas 21 notificações de violência contra mulher no HRC. De janeiro a maio de 2019, já foram realizadas 10. Os casos são encaminhadas para a Delegacia da Mulher e de lá para o Centro de Referência para Mulher.

“Mais de 80% dos casos que chegam no HRC, o Serviço Social precisa buscar as informações que as pacientes resistem a contar. Na maioria dos casos, elas acabam se culpando e usam a ingestão de bebida alcoólica, por parte do companheiro, como a justificativa para a agressão”, destacou Amanda Sefóra Leite, Coordenadora interina do Serviço Social.

O assunto complexo foi pauta do V Fórum do Serviço Social do HRC, que teve como tema “Feminicídio e as relação de gênero: reconhecimento para enfrentamento”, afinal o machismo ainda é o grande vilão da história. O Fórum reuniu nomes importantes como Elísio Loyola, representante do Conselho Regional do Serviço Social; Ana Isabelly Furtado Rolim, especialista em Direito da Família; Anamarina Miranda Leocadio Medeiros, assessora jurídica do Centro de Referência da Mulher de Juazeiro do Norte e Ivoneide Antunes, Secretária de Segurança Pública de Juazeiro do Norte.

“Esse foi um momento importante de reflexão. Os dados de violência só crescem e a falta de confiança na justiça faz com que muitos desses casos evoluam para o feminicidio. As mulheres vítimas de agressão precisam saber que não estão só e nós temos um papel importante nessa cadeia. Nosso papel é alerta essas mulheres que manter-se caladas não é a solução, a mulher não é um objeto e não pode ser propriedade de ninguém. A boa notícia é que, em breve, Juazeiro do Norte irá contar com a Patrulha Maria da Penha, um serviço de saúde pública desenvolvido pela Secretaria de Segurança Pública de Juazeiro do Norte”, enfatizou Amanda..

Gerido pelo Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH), o HRC tem ainda um trabalho diferenciado chamado “Projeto Cidadão”, implantado em 2014, voltado para os acompanhantes de pacientes. O objetivo é possibilitar para a população de 45 municípios da macrorregião do Cariri, atendida na unidade, informações e reflexão sobre alguns temas importantes como direitos e deveres e identificação de violência no convívio social. A informação ainda é uma arma importante contra a violência.

*Da redação do Blog do Mateus Silva com informações da Assessoria de Imprensa do Hospital Regional do Cariri.

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