Seu grupo político — os Ferreira Gomes — já não é tão coeso quanto antes. A ruptura com o irmão, senador Cid Gomes, causou um forte abalo interno. Cid levou consigo dezenas de prefeitos e uma parte significativa da base política construída ao longo dos anos. O PDT, outrora dominante, viu sua presença minguar no estado, e a figura de Ciro, que já foi símbolo de liderança, agora aparece mais isolada no tabuleiro político local.
Além disso, o tom combativo de Ciro tem rendido críticas e processos. Sua acusação pública contra o governo de Elmano de Freitas, a quem chamou de corrupto, gerou uma reação jurídica do Estado. Episódios assim aumentam o desgaste de sua imagem e colocam em dúvida se ele ainda consegue dialogar com o eleitorado cearense como fazia antes.
Por outro lado, não se pode ignorar que Ciro ainda tem presença e memória no estado. Seu nome ainda ressoa entre muitos eleitores que associam seu período como governador a avanços na gestão pública. Mas isso será suficiente para sustentar uma nova candidatura? Ou seria mais uma tentativa de manter-se relevante em meio à perda de espaço?
O tempo político de Ciro no Ceará pode não ter acabado, mas também já não é o mesmo. Se decidir mesmo enfrentar Elmano em 2026, sua candidatura terá que lidar com um eleitorado mais atento, um cenário partidário fragmentado e a necessidade de apresentar algo novo — o que até agora ainda não apareceu com clareza.
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