Foto: Reuters/Bruno Kelly/Direitos Reservados |
Criminosos voltaram a atacar prédios em Manaus, entre a noite do último domingo (6) e a madrugada de hoje (7). Além de uma Unidade Básica de Saúde (UBS), os bandidos atiraram contra a sede do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Amazonas (Sinetram) e incendiaram ao menos um caixa eletrônico na capital amazonense.
Os novos ataques se somam aos registrados entre a noite de sábado (5) e a madrugada de domingo, quando ao menos 14 ônibus, duas viaturas policiais, um estabelecimento comercial e um transformador de energia elétrica foram incendiados em Manaus, e prédios públicos e veículos depredados em outras cidades do estado.
Um destes municípios é Careiro Castanho, a cerca de 88 quilômetros da capital. A cidade, que já tinha sido palco de ataques na noite de sábado, voltou a ser alvo da ação criminosa nas últimas horas, com bandidos incendiando o prédio da Secretaria Municipal de Obras.
Segundo a secretaria estadual de Segurança Pública, a relação entre os casos ainda está sendo investigada, mas a onda de ataques começou depois que um traficante foi morto durante uma ação da Polícia Militar, no último sábado. De acordo com a secretaria, ao menos 15 suspeitos de participar dos ataques já tinham sido detidos até a manhã de hoje.
Presídio
A Secretaria de Administração Penitenciária confirmou que o governo estadual está apurando a informação de que a ordem para os ataques partiu de dentro de um presídio, conforme apontou o departamento de inteligência da Secretaria de Segurança Pública.
Após determinar o reforço no policiamento ostensivo em Manaus e região metropolitana da capital, o governador do Amazonas, Wilson Lima, decidiu pedir ao Ministério da Justiça e Segurança Pública que envie efetivos da Força Nacional de Segurança Pública para auxiliar no combate ao crime organizado. O pedido foi formalizado ontem e está sendo analisado pelo ministério.
Devido aos ataques desta madrugada, os ônibus deixaram de circular durante esta manhã. O Sinetram, cuja sede foi atingida por tiros, informou que as empresas estão discutindo a possibilidade de os veículos voltarem a rodar a partir da tarde desta segunda-feira.
Em função da dificuldade de locomoção, o governo do Amazonas determinou aos órgãos estaduais que liberassem os servidores para trabalhar preferencialmente de suas casas, com exceção daqueles que atuam em serviços essenciais, como saúde e segurança pública. As aulas presenciais da rede estadual de ensino também foram suspensas.
De acordo com a secretaria estadual de Saúde, em Manaus, alguns servidores organizaram um sistema de carona solidária, enquanto outros recorreram a serviços de aplicativos ou providenciados por diretores de unidades de saúde a fim de manter o funcionamento das unidades. Veículos administrativos da própria secretaria também foram usados para o deslocamento de servidores.
“Todas as unidades estão funcionando. Para o servidor que estiver necessitando de transporte, eu oriento procurar a sua chefia imediata, o diretor da sua unidade ou fazer contato com a área de Recursos Humanos, pois todos os gestores estão solícitos em prestar essa assistência”, afirmou o secretário de Controle Interno da pasta estadual, Silvio Romano.
Já o prefeito de Manaus, David Almeida, esteve hoje em alguns dos locais alvo dos ataques, como a Unidade Básica de Saúde O-10, no bairro Nova Esperança, e a rotatória Umberto Calderaro.
“Vamos trabalhar para recuperar todos os espaços depredados”, garantiu Almeida. “Onde a prefeitura teve as suas estruturas atacadas, vamos trabalhar para, no prazo limite de 48 horas, colocar à disposição da população”, acrescentou o prefeito, informando que servidores da secretaria municipal de Saúde estavam fazendo os ajustes necessários para que todos os postos de vacinação contra a covid-19 voltem a atender a população ainda hoje.
*Fonte: Agência Brasil
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