quinta-feira, 18 de março de 2021

Quase metade das pessoas que morreram no Ceará de Covid tinham alguma comorbidade

Foto: Helene Santos

Das mais de 12 mil mortes causadas pela Covid-19 no Ceará, pelo menos 5,4 mil foram de pacientes com comorbidades. O número representa 43,37% do total de óbitos no estado, até o momento. Os dados são do IntegraSUS, atualizados às 17h50 desta terça-feira (16).


Na Capital, mais de 2,3 mil pessoas que morreram tinham alguma comorbidade - um total de 37,71% das mortes de Fortaleza. 


As principais doenças associadas aos óbitos causados pela Covid-19 são a doença cardiovascular crônica - com mais de 3,4 mil óbitos - e a diabetes mellitus - com quase 2,8 mil mortes. Por outro lado, pacientes com as doenças hematológica crônica e hepática crônica, assim como o asma, têm os menores percentuais de óbitos no Ceará.


"Precisamos reforçar que as pessoas com comorbidades precisam ter um cuidado extra", explica a infectologista Mariana Moura. Doenças pré-existentes favorecem o agravamento do quadro clínico do paciente - aumentando, inclusive, o risco de morte. Foi o caso da mãe de Gleiciane Ferreira da Silva.


Com 65 anos, Francisca Ferreira da Silva tinha diabetes e hipertensão. Ela foi internada no início deste ano, após sentir falta de ar no dia 2 de janeiro. Levada à UPA do Bom Jardim, teve que ser entubada ainda na unidade de saúde e teve que ser levada para a UTI do Hospital Leonardo da Vinci. Contudo, ela não resistiu e faleceu no dia 25 de janeiro. 


“Foi uma doença em cima da outra, uma agravando a outra”, explica Gleiciane. Antes do teste positivo para Covid-19, os médicos haviam identificado uma pneumonia. Além disso, em outubro do ano passado, Francisca também havia sofrido um Acidente Vascular Cerebral (AVC). 


“A nossa esperança era receber boas notícias, (...) porque o doutor sempre dizia que ela estava estável e bem”, afirma Gleiciane. “Para a gente foi um grande sofrimento”. 




Pessoas com doenças listadas como condições de risco para a Covid-19 devem ter um cuidado fundamental, aponta Moura: a manutenção dos tratamentos para a doença. "Os medicamentos não devem ser interrompidos", completa. 


Com a suspensão de consultas ambulatoriais pelo Sistema Único de Saúde, além da dificuldade para marcação mesmo em planos de saúde e atendimentos particulares, quem possui uma das condições deve ficar atento para não permitir nenhuma interrupção do tratamento. 


A prevenção, completa ela, também é fundamental para este grupo de risco. "Tem que ter cuidado extra. Só sair de casa se for realmente necessário, máscara e higienização. No trabalho, precisam ser realocadas para atividades a distância", elenca. 



*Fonte: Diário do Nordeste

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