segunda-feira, 24 de agosto de 2020

Entidades de imprensa condenam ameaça de agressão de Bolsonaro a jornalista durante entrevista

Foto: AFP

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo, a Abraji, e outras instituições ligadas à imprensa divulgaram nota em que condenam o episódio protagonizado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no qual ameaçou um repórter de agressão física após questionamento. 


O caso aconteceu no domingo (23), durante visita à Catedral de Brasília, quando um repórter do jornal O Globo questionou o presidente sobre cheques no valor total de R$ 89 mil que teriam sido depositados entre 2011 e 2016 pelo ex-assessor Fabrício Queiroz e pela esposa dele, Márcia Aguiar, na conta da primeira-dama, Michelle Bolsonaro. 


Inicialmente, Bolsonaro disse que não iria responder. Depois, o presidente disse aos jornalistas: "Eu vou encher a boca desse cara na porrada". Na sequência, emendou: "Minha vontade é encher tua boca na porrada".


Os colegas do jornalista perguntaram se a resposta era uma ameaça ao profissional, ou mesmo à imprensa como um todo, mas o presidente deixou o local sem responder. 


"Essa ameaça de agressão física se soma a um histórico de forte hostilidade de Bolsonaro contra jornalistas e marca um novo patamar de brutalidade. Desde o início de seu mandato, em jan.2018, Jair Bolsonaro vem demonstrando carecer de preparo emocional para prestar contas à sociedade por meio da imprensa, uma responsabilidade de todo mandatário nas democracias saudáveis", diz a nota. 


Também assinam a nota as instituições Artigo 19, Conectas Direitos Humanos, Observatório da Liberdade de Imprensa da OAB e Repórteres sem Fronteiras.


A Associação Brasileira de Imprensa (ABI), em nota, disse que "tal comportamento mostra não apenas uma inaceitável falta de educação. É, também, uma tentativa de intimidação da imprensa, buscando impedir questionamentos incômodos. A ABI se solidariza com o profissional atingido e reafirma que a pergunta feita ao presidente era pertinente e de interesse público".


*Fonte: Diário do Nordeste

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