terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Conhecer, conviver e melhorar; Por Prof. Ubirajara Cruz

O ideal supremo da moralidade grega era “conhece-te a ti mesmo”, proclamado numa epígrafe colocada no frontal do templo de Apolo, em Delfos. O lema foi adotado por Sócrates e pelos maiores filósofos gregos e, na atualidade, é muito utilizado pela psicologia moderna como requisito na conquista do equilíbrio pessoal.


A nossa existência terrena, comparada a uma colmeia de trabalhadores fabricando o mel da sabedoria e da experiência, apresenta-se como uma constante busca e construção da própria harmonia íntima, nos ensaios diários de aprimoramento de nosso caráter e superação de vários conflitos. 

Conhecer a si mesmo é o princípio restaurador que deve nortear o nosso desenvolvimento pessoal, viabilizando a manutenção de um comportamento pautado pela responsabilidade e sabedoria, pela justiça e fraternidade, e por consequência, a transformação do meio em que vivemos.

A proposta do autoconhecimento representa até hoje a fórmula para o progresso moral do homem. Para isso, o importante não é o de integrar uma filosofia específica, ou está associado à determinada corrente religiosa, mas uma prática diária pautada na compreensão e exercício constante do amor, para consigo mesmo e o seu semelhante.

Baseando-nos nas experiências pessoais dos que aqui já viveram, cabe-nos uma reflexão da nossa história e dos nossos valores adquiridos, mesmo que o cenário atual do país revele a busca incontida dos proveitos políticos e posicionamentos viscerais e que esses valores sejam eclipsados pelos interesses imediatistas.

Buscando manter e ampliar as atitudes positivas e verdadeiras do passado, bem como eliminar aquelas corrompidas pelos nossos preconceitos, temos vários modelos de superação, conquistas, busca de ideais, resiliência e determinação. Exemplos de extraordinários dotes intelectuais, cada um no seu tempo, em sua área, dando o seu melhor e contribuindo para o crescimento de um povo.

A nós, cabe o discernimento da complexidade da vida, investindo e acreditando no nosso processo ascensional. Para isso, devemos nos desapegar de algumas fixações atávicas, tais como o “milagre”, o “maravilhoso”, o “mítico”, o “místico”, o “mágico”, o “folclórico”, o “simbólico” e o “tradicional”. Devemos de forma prioritária, contribuir e focar no bem da coletividade, assumindo a posição de cidadãos conscientes dos seus deveres de zelo, justiça, harmonia e paz. 

Tudo isso não é utopia, mudar e investir no crescimento pessoal e de todos é possível no hoje e no agora. A busca do autoconhecimento e melhoramento pessoal exige coragem, desapego, meditação constante e um elevado grau de capacidade de crítica e autocrítica. 

Que em 2020 possamos assumir, de forma prioritária, ser a presença que silencia, aprende, ajuda, concilia e ama sempre. É tempo de despertarmos.  Que tenhamos uma visão clara de quem somos e do que precisamos reformar, na urgência do ''Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo e os deuses'' (Sócrates).

Forte abraço!

Prof. Ubirajara M. da Cruz (Jairinho)

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