sexta-feira, 30 de março de 2018

Professor Jairinho - A MALHAÇÃO DO JUDAS E A INCOERÊNCIA DO PERDÃO


“Malhação de Judas no Sábado de Aleluia”, por Jean-Baptiste Debret.

Nesses dias que antecedem a Páscoa, onde muitos deturpam o verdadeiro sentido do evento que é a ressurreição, uma grande parte da população se regozija com o consumo de chocolate e seguem uma tradição popular chamada de MALHAÇÃO DO JUDAS.
        Essa tradição é um verdadeiro exercício de violência e de vingança. No pretexto de malhar, espancar, destruir a figura que representa Judas, o traidor de Jesus, as pessoas buscam vingar o Mestre, fazendo justiça através da explosão de um ódio concentrado. A meninada, incentivada pelos adultos e até pelos pais, fantasiam o Judas a ser malhado, colocando nele a figura de políticos corruptos, de pessoas antipáticas e de criminosos a quem gostariam de punir. Na sanha de ira, revolta, vingança, desejo de matar e de ver sangue, o Judas é estraçalhado em um poste pela multidão ensandecida, enforcam um boneco acreditando que estão fazendo justiça e punindo não só aquele que traiu Jesus como todos aqueles que mataram e roubaram.
        O curioso é que esse ato contraria em tudo e por tudo os ensinos do Mestre Jesus, que nos deu exemplos de amor e de perdão. Agir como selvagens e voltar ao tempo dos bárbaros não vai certamente levar nossas crianças a se tornarem melhores e aprender a amar e respeitar o semelhante. Chega de enforcamento, guilhotina, cadeira elétrica, injeção letal, apedrejamento, duelo, campo de concentração, fogueira, paredão, bullying, linchamento que se assemelha a malhação, etc.
Deixar de comer carne na sexta-feira em respeito à Jesus e desrespeitar Seus ensinamentos no sábado é incoerente. Modifiquemos nossas atitudes e vivamos o verdadeiro sentido dos ensinamentos do Cristo: amor, perdão, benevolência para com todos e busca de reforma íntima. Entendendo que, “só deve atirar pedras no pecador aquele que não tem pecado algum”. (João 8:7)
O que de diferente fazemos para sermos melhores do que Judas? Será que hoje em dia não vendemos e traímos Jesus? Se analisarmos as práticas dessa nossa sociedade hedonista, egoísta e egocêntrica, há muitos séculos Jesus está sendo criminosamente vendido no mundo por todos os preços, em todos os padrões do ouro amoedado... e os novos negociadores do Cristo não se enforcam depois de vendê-lo.
        Vamos abolir esse costume bárbaro e ensinar aos nossos filhos e netos que só o AMOR e o PERDÃO podem fazer com que o nosso planeta deixe de ser violento e triste. Vamos viver e exemplificar a Paz e o Bem. É tempo de repensar e reformular ações!

Prof. Ubirajara M. da Cruz.

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