“Malhação de Judas no Sábado de Aleluia”, por Jean-Baptiste
Debret.
Nesses dias que antecedem a Páscoa,
onde muitos deturpam o verdadeiro sentido do evento que é a ressurreição, uma
grande parte da população se regozija com o consumo de chocolate e seguem uma
tradição popular chamada de MALHAÇÃO DO JUDAS.
Essa tradição é um verdadeiro exercício de violência e de vingança. No pretexto
de malhar, espancar, destruir a figura que representa Judas, o traidor de
Jesus, as pessoas buscam vingar o Mestre, fazendo justiça através da explosão
de um ódio concentrado. A meninada, incentivada pelos adultos e até pelos pais,
fantasiam o Judas a ser malhado, colocando nele a figura de políticos
corruptos, de pessoas antipáticas e de criminosos a quem gostariam de punir. Na
sanha de ira, revolta, vingança, desejo de matar e de ver sangue, o Judas é
estraçalhado em um poste pela multidão ensandecida, enforcam um boneco acreditando
que estão fazendo justiça e punindo não só aquele que traiu Jesus como todos
aqueles que mataram e roubaram.
O curioso é que esse ato contraria em tudo e por tudo os ensinos do Mestre
Jesus, que nos deu exemplos de amor e de perdão. Agir como selvagens e voltar
ao tempo dos bárbaros não vai certamente levar nossas crianças a se tornarem
melhores e aprender a amar e respeitar o semelhante. Chega de enforcamento, guilhotina, cadeira elétrica, injeção
letal, apedrejamento, duelo, campo de concentração, fogueira, paredão,
bullying, linchamento que se assemelha a malhação, etc.
Deixar
de comer carne na sexta-feira em respeito à Jesus e desrespeitar Seus ensinamentos
no sábado é incoerente. Modifiquemos nossas atitudes e vivamos o verdadeiro
sentido dos ensinamentos do Cristo: amor, perdão, benevolência para com todos e
busca de reforma íntima. Entendendo que, “só deve atirar pedras no
pecador aquele que não tem pecado algum”. (João 8:7)
O que de diferente fazemos para sermos
melhores do que Judas? Será que hoje em dia não vendemos e traímos Jesus? Se
analisarmos as práticas dessa nossa sociedade hedonista, egoísta e egocêntrica,
há muitos séculos Jesus está sendo
criminosamente vendido no mundo por todos os preços, em todos os padrões do
ouro amoedado... e os novos negociadores do Cristo não se enforcam depois de
vendê-lo.
Vamos abolir esse costume bárbaro e ensinar aos nossos filhos e netos que só o AMOR
e o PERDÃO podem fazer com que o nosso planeta deixe de ser violento e triste.
Vamos viver e exemplificar a Paz e o Bem. É tempo de repensar
e reformular ações!
Prof.
Ubirajara M. da Cruz.
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