Em dias de internet, a informação ainda cavalga numa mula.
26
de Novembro de 2017. Data que ficou marcada na história do esporte de Brejo
Santo. O motivo não foi outro senão a grande final da Série C do Campeonato
Cearense de Futebol entre Caucaia e União de Brejo Santo. Dois times aguerridos
que trazem no suor da camisa e na força dos músculos de seus jogadores a
bravura de duas cidades, uma caririense e outra da região metropolitana, convergentes
a um só ponto, qual seja o da vitória.
Por
trás dos alambrados, indubitavelmente, uma multidão que gritou a cada jogada
ofensiva e que segurou o coração na mão no contra-ataque. Multidão esta que
representa uma pequena parcela de um povo que carrega nas linhas da face o
sofrimento de gerações causadas não pelo semiárido, como se costuma afirmar,
mas pela mão do próprio homem. Homem do verbo, do poder. A 500
km distantes, outra gente não menos marcada e tanto quanto destemida, cujos
problemas sociais, políticos e econômicos, certamente, se repetem.
Eu,
como fiel brejosantense, hoje residente na cidade de Juazeiro do Norte, acordei
cedo, comprei meus petiscos, minha cerveja e desmarquei quaisquer compromissos
de fim de semana para acompanhar pela internet a transmissão do referido jogo.
Alimentei o espírito de vitória, reforcei a fé e fiquei aguardando a tão
esperada transmissão que deveria começar às 15:30 hs.
Meia hora antes já estava no “pic”. A exaltação em casa, juntamente com minhas filhas, era máxima.
Meia hora antes já estava no “pic”. A exaltação em casa, juntamente com minhas filhas, era máxima.
15:30
hs, finalmente, o jogo teve início. Vidrado na página do Facebook da Federação
Cearense de Futebol (FCF), eu, e todos os internautas que esperavam acompanhar
esse jogo, fomos pegos de surpresa. O sentimento de euforia começou a ceder
espaço para a frustração, pois “caíra a ficha” de que não haveria cobertura
alguma, ainda que a rádio. Seria preciso, pois, ficar a mercê de quaisquer
transmissões amadoras ou de informações via WhatsApp para obter notícias sobre
o jogo.
Esse
cenário, talvez por muitos, tido como insignificante, remete-me a alguns
questionamentos: teria sido a falta de transmissão, proposital, uma vez que a
cobertura do jogo anterior, no estádio Raimundão, casa do Caucaia, ocorrera? Em
caso afirmativo, quem exigiu que assim fosse e por quê? Será que por exaltação
de uma só mídia? Diante de um sim, estaria o motivo alicerçado em alguma frente
de cunho mais abrangente?
Por
outro viés, seria tão somente ociosidade da FCF? Neste caso, estaria a mesma
presumindo o resultado favorável ao União e, portanto, declinando-se para as
regiões mais próximas da Capital, subjugando o futebol do interior cearense,
visto a pouca expressividade, ao menos neste momento? Estaria a Federação,
desde já, escanteando nosso futebol como forma de reprimi-lo e impedir seu
crescimento?
Respostas
a essas indagações, por hora, não tenho. Quem sabe em um futuro próximo, quando
tomarem ciência da força de uma gente, refletida nos gramados por onze
jogadores. Quem sabe um dia, quando o povo, ciente do seu poder, assim como Spartacus
na Roma antiga, assumir a tribuna e fazer calar.
Bom,
ao menos a vitória do meu União hei de comemorar, pois à medida que escrevo
essas últimas linhas, as mensagens que chegam denotam o ressoar do grito de
campeão pelas ruas da querida Brejo Santo. Seremos, de fato, sempre campeões
dentro e fora de campo. Seremos, com quanto queiramos, fortes e destemidos
diante das adversidades impostas muito além dos alambrados. Conquistaremos
quantos títulos quisermos, caso façamos jus ao nome do time UNIÃO.
PARABÉNS UNIÃO DE
BREJO SANTO!
RUMO À SÉRIE B DO
CAMPEONATO CEARENSE!
Profº Pedro Sávio.
26/11/2017
26/11/2017
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