sábado, 11 de junho de 2016

Futuro da vaquejada no Ceará é incerto.

ESPORTE/CULTURA OU MAUS TRATOS AOS ANIMAIS? 

Foto: (portal vaquejada) Vaquejada de Brejo Santo 2015
A advogada e presidente da União Internacional Protetora dos Animais (Uipa), não vê nenhum argumento aceitável para a regulamentação da vaquejada no Ceará, que está sob julgamento no Supremo Tribunal Federaç (STF). Segundo ela a atividade não deixa de ser cruel só porque a legislação classifica como atividade desportiva.
"Não tem como regulamentar sem ser cruel, é muito brutal. Como puxá-lo pela calda e atirá-lo ao chão, sem que implique sofrimento ao bicho? É cruel", afirmou a advogada. Segunda Vanice, a regulamentação vai contra a Constituição Federal (Inciso VII do parágrafo 1 do artigo 225), que veda a prática de crueldade contra animais.
Para a protetora de animais, as adequações feitas visam apenas o bem dos promotores de eventos. "O animal vai ser atirado ao chão, se vai doer mesos ou mais por causa da areia macia, já é uma questão cruel. Isso (areia fofa) é para evitar que o animal fique aleijado, e eles (promotores de vaquejada) não percam o animal, porque caso contrário, o boi será morto. Só estão pensando na parte econômica deles mesmo", finalizou.

Não é cultura:
Combatendo a prática há 25 anos, a presidente da seção Ceará da Uipa, Geuza Leitão, acredita que a vaquejada se aproveitou da cultura da apartação, mais não pode ser considerada uma atividade cultural. "Cultura não é crueldade. Nada que incentive a violência, a tortura, pode ser cultura. Antes a escravidão era considerada cultura e deixou de ser. Era cultura a mulher não votar e deixou de ser. Se não presta tem que acabar", afirmou ela.

Parque Zequinha Chicote - Brejo Santo - Ceará
FATOR ECONÔMICO: R$
O promotor da Vaquejada do Parque Aras Martins, em Tabuleiro do Norte, Neto Martins, reforça o fator econômico que envolve os eventos. Ele afirma que diversos profissionais são beneficiados, desde o vaqueiro ao vendedor ambulante, e que a renda acaba girando nas regiões onde são realizadas vaquejadas. "Movimenta o comércio, gera renda em tudo. Para vaquejadas que acontecem em dois ou três dias, estima-se um público rotativo em torno de 80 a 100 mil pessoas. Há prêmios de R$ 5 mil a R$ 10 mil. A vaquejada é milionária, animais chegam a ser vendidos por R$ 400 mil", relatou.

A lei que regulamenta a vaquejada como prática cultural e desportiva foi sancionada em 2013 pelo governador em exercício na ocasião, Domingos Filho. A autoria da lei é do deputado estadual Welington Landim, que morreu ano passado após complicações de uma meningite bacteriana.


Fontes:
G1.com
O POVO online
Portal Vaquejada








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